"Pedi música no orelhão e me contrataram", conta radialista de Faxinal dos Guedes

Diego Nunes, de 30 anos, reside em Xanxerê e trabalha em rádio desde os 14

Por Kiane Berté

07/11/2019 15h16



O radialista é a pessoa responsável por transmitir a mensagem através do rádio, que é o meio de comunicação mais viável que existe. Através do rádio, as pessoas podem ouvir suas músicas e receber informações, no mesmo instante em que realizam suas tarefas diárias, como trabalhar, estudar, dirigir, e até para descansar, e o radialista é o responsável por tornar tudo isso possível.


Nesta quinta-feira, dia 7, é comemorado o Dia do Radialista, e o Oeste Mais traz a história de um dos profissionais mais conhecidos da região.

Dono de uma voz bem grave e muito conhecida nos municípios vizinhos e até fora, Diego Roberto Nunes, de 30 anos, conquista a cada dia mais ouvintes que o acompanham nos seus programas animados. O locutor reside atualmente em Xanxerê, mas trabalhou e ainda trabalha, há 14 anos, em uma rádio conhecida de Faxinal dos Guedes.

Início da carreira

Diego trabalha como radialista desde os 14 anos de idade (Foto: Arquivo pessoal)

Segundo ele, tudo começou quando, em 2003, com apenas 14 anos de idade, ligou em uma rádio local de onde morava com o pai, chamada Atual FM, em Tapurah (MT), pelo orelhão, e foi chamado para trabalhar.


“A secretária da rádio achou a minha voz bonita. Pediram quantos anos eu tinha e eu falei, eles não acreditaram”, relembra ele, que foi na rádio fazer um teste e acabou sendo contratado. 


Ainda adolescente, ele permaneceu na empresa até 2006, quando retornou a Santa Catarina para a cidade de origem, em Faxinal dos Guedes.


Em Faxinal, Diego conseguiu emprego na Rádio Alternativa FM, uma das mais populares no município e na região, e ali permaneceu durante 14 anos.


Além de radialista, foi repórter esportivo na TV Record, em Tapurah (MT), e hoje também é formado e atua como arquiteto e urbanista.


Diego divide o estúdio da rádio em que trabalha com outros três colegas: Juarez – seu companheiro desde o início – Rodrigo e Michel. “Minha relação com eles é muito boa, com a direção da rádio é excelente”, afirma.


Com a era digital, a preocupação sobre o valor do rádio aumentou, além da valorização do trabalho de radialista. “A profissão de radialista não é tão valorizada como era antigamente. Não tinha toda essa inclusão digital, as noticia e outras coisas eram todas através do rádio”, comenta.

Profissional foi contratado após pedir música pelo orelhão (Foto: Arquivo pessoal)

Oportunidades que surgiram 


Apesar de estar há 14 anos no mesmo ambiente de trabalho, seguindo a rotina de sempre e com as mesmas pessoas, Diego Nunes diz não querer abandonar a equipe tão cedo. Devido ao seu bom humor na rádio e profissionalismo reconhecido, ele já recebeu propostas de emprego em outras cidades, como Chapecó, Concórdia e também no litoral catarinense, além do Mato Grosso, na região Norte, inclusive fora do país.


“Fora do país era um projeto que um amigo meu estava fazendo em Portugal. Ele acabou fazendo a proposta para eu morar pra lá também e não deu certo, é muito complicado. A gente não sabe se vai dar certo ou não, acabei optando por não ir”, relembra. 


“Não dá para trocar o certo pelo duvidoso. Hoje o mercado de trabalho está bem complicado e são poucas as pessoas que ficam na mesma empresa muitos anos, então a gente queria essa estabilidade e por isso não quis sair da rádio”.

Como no rádio o contato com o público é maior, os radialistas acabam conhecendo muitas pessoas e também fazendo amizade com boa parte delas. Isso inclui cantores e pessoas da mídia. “A maior experiência como radialista foi a amizade com os músicos famosos, artistas que o pessoal conhece pela televisão e você cria uma amizade, que a gente trabalha com a música deles”.

“O que espero da profissão é que as rádios valorizem mais o profissional do rádio. Não digo só na questão salarial, mas também em investimento para que o radialista tenha uma melhor qualidade de trabalho”, finaliza.


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